Em conversa com a minha mãe e movidas por um qualquer anúncio a um programa que iria voltar ao tema do 11 de Setembro, estávamos as duas a questionar-nos quantos anos já teriam passado sobre a terrível tragédia. Eu achava que seriam perto de 8. Não estava longe. Passaram 9 anos. E as memórias estão tão frescas na minha mente. Recordo-me que estava a trabalhar. Tinha acabado de chegar de almoço quando se começou a ouvir um enorme borburinho de corredor e as notícias começaram a chegar via internet. No escritório vi muito pouco. O pouco que vi, foi terrível e fez-me contar os minutos que faltavam para fugir para casa dos meus pais. Ao chegar as televisões não falavam de outra coisa. E lembro-me como se fosse hoje de ver o embate do primeiro avião, o embate do segundo. As explosões. O pânico nos rostos de quem passava. E de ver pessoas que se atiraram pelas janelas, para não serem devoradas pelo fogo. Esta imagem é de todas a que mais me choca sempre. O desespero. O limite. Passem quantos anos passarem, para mim o mundo nunca mais vai ser o mesmo. Recordo-me que tínhamos uma viagem marcada (e paga) para a Roma na semana seguinte. Não fomos. Decidimos não ir. Porque eu estava aterrorizada. Porque os dias seguintes foram de pânico e de estádio de sítio nos aeroportos por todo o mundo. E tinha receio de ir e ficar retida e longe de todos os outros que amo (ia apenas com o maridão). Não fui capaz. A viagem foi para o lixo e até hoje ainda não fomos a Roma (mas temos que ir, eu sei, todos nos massacram e dizem que é lindo).
Recordo-me ainda de ter ido a Lisboa de avião uns tempos depois e de mesmo nessa altura estar ainda polícia por todo o lado aqui no aeroporto. Como nunca tinha visto.
Para mim, este foi sem dúvida o dia em que o mundo mudou. O meu mudou. Porque nunca imaginei que tal fosse possível. Nunca.
2 comentários:
Eu lembro-me de estar sozinha em casa, ver o telejornal do canal 1 ser interrompido por esta noticia que se pensava que era um acidente, de ter visto o 2ºavião a atingir a torre em directo e ouvir o José Rodrigues dos Santos com uma voz assustada a dizer "Não, isto não é nenhum acidente"...Liguei para o meu pai e para o marido(na altura namorado)que estavam a trabalhar, em pânico a explicar o que estava a acontecer, mas só á noite quando viram as noticias é que se aperceberam realmente do tamanho da tragédia...
Tal como tu, por muitos anos que passem, as memorias permanecem frescas. E o tal pensamento que nunca imaginariamos que alguem teria tamanha coragem para fazer o que fizeram...
bjs
Também me lembro perfeitamente do dia. Ainda vi o embate do segundo avião. Na altura era bem mais novinha e não tinha noção do que se estava a passar por completo, mas senti a dor..
Beijinhos*
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