10/12/14

mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo

Catraia preparada para fazer uma lista de pedidos ao Pai Natal, ao jeito da lista telefónica de outros tempos.
Calma D. Maria, que tu achas que o Pai Natal com tantas crianças no mundo, vai ter dinheiro suficiente para comprar só para ti esses presentes todos?!
Ela com uma cara de espanto e gozo, responde: Dinheiro?! Mãe, mas tu pensas que o Pai Natal vem ao Jumbo comprar brinquedos? O Pai Natal não usa dinheiro. O Pai Natal tem um batalhão de duendes que trabalham todo o ano e fazem milhões de brinquedos! E depois ele transporta tudo no seu trenó com a ajuda das renas...
Faltou o dahhhh mas esteve lá pertinho.
E eu comi e calei. Pois claro. Afinal onde estava eu com a cabeça?!

Do Mercado dos Santos

Passei o último sábado num Mercado dos Santos, que revertia a favor da Anocas.
Não, não tinha grande tempo para preparar o que levar by feito cá em casa, entre encomendas e tentativa de manter alguma sanidade (e dormir algumas horas, na loucura!). Não podia, no entanto, ficar indiferente ao apelo de quem me fez a proposta.
E lá fui preparando as coisas para levar, dormindo pouco, resmungando muito. A miúda em histeria que ia comigo para a Feira de Natal e que ia ser ela a vender as coisas e tra-la-la. Não falava de outra coisa. Diz que até à professora contou e pediu-me um papel para levar para a escola e explicar onde era.
Lá lhe expliquei que ia ter que acordar cedo (coisa que ela adora - not!) mas nem isso a demoveu. Avisei que não iria ter com quem brincar, que podia ser uma seca, que nem sabia o que íamos almoçar por lá. Que o melhor seria vir embora com a tia Nini que nos ia visitar de manhã e a levava na hora de almoço para casa dos avós. Pois.
Quis ir e foi. Foi ajudando. Por 2 ou 3 vezes, por milimetros não atirou com a minha banca ao chão. Acabou por brincar e fazer amigas (é tão bom ser criança!), comeu qualquer coisa do que eu levava. Comprou macarons de doce de leite (os preferidos dela, e os meus preferidos), comprou um livro na banca solidária, pediu moedas ao pai, pouco depois dele chegar para colocar nas latinhas da Anocas, cravou omolete às meninas da taparware. Fez uma pintura na cara, pelas mão das doce Mary Poppins child care, que a convenceu dizendo que se ela fosse, lhe comprava um anel. E conheceu a Anocas.
E conhecê-la foi especial. Chegou a sorrir e fez questão de dar beijinhos e xis apertados a todos os que lá estavam por ela. Chegou-se a nós e parecia que nos conhecia de sempre. Sorriso rasgados e toma lá beijocas e demos um abraço a 3. A Maria ficou encantada e deixou fugir um "uau! Que menina especial! Esta é que é a Anocas, mamã?!" Correu atrás dela, andou de banca em banca e regressou para a minha beira amuada.
Percebi antes mesmo de perguntar, o porquê do amuo. A Anocas era o centro das atenções e ela lá reclamou que não percebia porque toda a gente lhe dava tanta atenção.
Expliquei-lhe que estavamos ali pela Anocas. Que ela precisava de ajuda. Estava doente e todos os tratamentos custavam muito, muito dinheiro. E que os papás da Anocas por muito que trabalhassem não conseguiriam suportar sózinhos as despesas.
 - Doente? Como doente? Ela está boa mamã! Olha para ela a sorrir e a correr!
E eu engoli em seco e expliquei-lhe o melhor que consegui, sem mentiras. De forma que ela perceba...
Mas se calhar a Maria tem razão. Doentes estão os que andam tristes e chateados com a vida. A Anocas, iluminou o nosso dia frio com um sorriso. E isso foi o melhor que nos podia ter acontecido.

catraia e os carros

Catraia a dissertar sobre carros. Ai e tal eu conheço muitas marcas:
 - Smart, Honda, Skoda, Peugeot e Missa!
Missa? Oi?
 - Sim não conhecem a marca Missa? Até tem umas carrinhas....
Perguntamos se não seria Nissan.
 - Pois, foi mesmo isso que eu disse!
 

27/11/14

Maria e o inglês

 - Mamã, cão em Inglês é dog, não é?
 - Sim, princesa, é dog.
 - Então como a Carlota é uma cadela, é uma doga!

prevejo uma adolescência jeitosa...

Catraia está no quarto do padrinho. Chateiam-se.
Sai porta fora. Bate com a porta. E ouço: "Mete-me mas é na tua vida!"
Sim, aos 6 anos...
M-E-D-O

08/11/14

6


Hoje fazes 6 anos. E de certa forma eu hoje faço 6 anos também. Porque desde que nasceste sou uma pessoa diferente.
Tenho dado por mim a pensar que tipo de amor é este. Que nos une. Sempre. E chego à conclusão que deve ser magia. Só pode ser magia. Há 6 anos eu não imaginava sequer, que fosse possível amar alguém assim. E eu já amava tantas pessoas. Mas todos estes são amores que em nada se comparam ao que nos une. Tem que ser magia, este encantamento permanente. Em que gosto de ti sem reservas. Mesmo nos momentos mais desafiadores.
Obrigada por me dares a conhecer este amor. Obrigada por me fazeres acreditar em magia. Obrigada por seres assim, tal e qual como és.
Parabéns meu amor maior!





28/10/14

um dia...

Vou querer lembrar-me de dias como os nossos.
De como és doce com uma ponta de sal. Lembras-me o meu sabor de gelado favorito. És uma menina caramelo salgado. És assim. Intensa, doce, rica e trazes contigo a possibilidade da surpresa do grão de sal a cada dentada.
É fácil gostar de ti. Mesmo para quem não tem por ti um amor cego, como o meu, de mãe. É mesmo muito fácil.
Adoro ver-te a gerir conflitos. És boa nisso. E parece-me que será uma característica que, sendo inata em ti, te trará muitos sorrisos no futuro. Não podes ver duas crianças chateadas que tentas apaziguar. Não entras no jogo do agora não gosto de ti e na manipulação fácil do agora sou a melhor amiga da outra. És conciliadora. Gostas de ver os que te rodeiam felizes.
És uma companheirona. A melhor. E comigo ficará para sempre, uma manhã louca (minha) de trabalho em que foste comigo e só dei por ti, quando estavas lá para me ajudar. E ajudaste mesmo. E estávamos fora de casa. Num ambiente que te era totalmente estranho. Levaste canetas de feltro e folhas. E estiveste entretida a pintar o teu mundo perfeito. E a saltar na cama elástica ou no insuflável. Aproveitaste a festa mesmo antes dela começar. E estavas genuinamente feliz por estar ali.
Alguns pensarão que te pinto, com olhar de mãe. Sim. Sem dúvida. Mas tenho para mim que alguém que conviva contigo de perto, não terá uma visão diferente e pintará algo bem similar.
Tens sempre a palavra certa a dizer quando percebes que alguém não está bem. Na passada semana o meu carro pregou-nos uma partida e decidiu parar a uns 200 metros de casa. Uns 15 minutos num local com bastante trânsito. Com buzinas de quem não percebia de imediato o motivo. Lá acabou por dar sinal de vida e conseguimos chegar até casa. Eu com um humor de cão, a pensar como ia trabalhar no dia seguinte e a fazer contas à minha vida. Deste-me a mão e pediste-me um abraço ao entrar em casa. Perguntaste-me se estava triste. Respondi-te que não. Que estava chateada. Apertaste o nosso abraço e disseste-me: não fiques assim mamã, há dias melhores e dias piores, mas o importante é que estamos juntinhas. E fizeste-me esquecer o estafermo do carro no mesmo segundo- 
És uma criança fácil. E estás a crescer. Ia escrever que cresces demasiado rápido mas parece-me que todos os filhos crescem demasiado rápido. Para além das mangas das camisola a três quartos e das saias que agora são mini e mostram como estás alta, cresceste muito para além do que os olhos podem ver. Estás uma menina crescida. Que até já percebe rápido quando faz algo menos certo e me lê só com o olhar.
Há uns dias alguém que conheço quase desde sempre, falava-me de ti. E contava-me como és, quando não estás connosco, quando estás na escola, rodeada de outras crianças. Eu sei que és tudo aquilo. Mas ter alguém, com o olhar não turvo de mãe a dizê-lo, deixou-me com o peito cheio de orgulho. Por gostar do ser humano fantástico que existe por trás desses caracóis dourados. Defendo a máxima de que não devemos criar filhos duros para lidar com o mundo. Mas antes criar filhos que façam deste mundo, um local melhor. Se deveria educar-te para seres dura, como tantas vezes ouço? Não sei. Se te trará amargos futuros? Menos sei ainda. Mas sei, sem ponta de dúvida, que se todas as pessoas do mundo fossem Marias, como tu, seria tão, tão melhor. O que de melhor posso deixar por cá é amor. E tu és isso mesmo. Amor. Luz. Doçura.
Gosto de ti. Mais do que ontem. Menos do que amanhã.
 
 

17/10/14

ela descobriu uma nova bebida

Sentados para jantar, ela vislumbra uma garrafa verde plástica.
 - Pai, o que é aquilo?
 - É SevenUp. É um sumo e sabe a limão.
 - Ah! Acho que já sei o que é! Posso provar?
Um bocadinho de sumo no copo que ela bebe de uma vez só.
 - Hummmmmm.... Gosto de sevenet! Dás-me mais?!?

07/10/14

post com bolinhas vermelha

De manhã em conversa com o pai enquanto se vestia para ir para a escola.
 - Pai, olha para a minha unha.... está fo****!
 - O quê Maria?!?!
 - Ohhhhhhh...... Deixa-me acabar de contar....

02/10/14

podes repetir?

Este ano, a avó fez-lhe as batas para a escola. Ela escolheu os tecidos. Coloridos e divertidos.
As batas ficaram fofinhas que só elas e diferentes das que se encontram pelas lojas e que ela habitualmente usava.
Um destes dias, contou-me:
"Sabes mãe, a Professora diz que tenho umas batas muito bonitas. Contei-lhe que foi a minha avó que fez e ela disse que a avó tem muito jeito. Claro, a avó é uma bateira 5 estrelas!"
Certo. Se faz batas é bateira.
E sim, o pai perguntou logo de seguida como se chama um senhor que faz panelas...

17/09/14

ela encontrou a solução

Depois de um primeiro dia agitado, ontem e hoje (quando o pai a deixou na escola) a coisa melhorou. Tem ido bem disposta, embora todos os dias diga que tem saudades das amigas enquanto me conta que esteve um bocadinho com elas...
 
Ontem ao fim do dia, no carro a caminho de casa, já me foi contando que brincou com uma menina da sala dela e perguntou:
"Mãe, podes fazer-me um favor? Compras uma mesa e uma cadeira para levar para a escola? Assim já posso ir para o primeiro ano que passo a ter o meu lugar na escola de cima"
 
Devia ser simples assim.

15/09/14

de regresso

ontem adormeceu tarde mas bem disposta. Disse-me que não queria sonhar com arco-íris (como pede todas as noites antes de dormir), mas antes com a Professora e com as amigas. Disse-lhe que ia sonhar, sim :)
Acordou com muito sono, mas bem disposta. Saimos de casa alegres e ela com a bata nova, feita pela avó.
Já na escola encontrou a professora, as auxiliares e depois as amigas entre abraços e risos. Uma amiga perguntou porque é que ela estava de bata e ela explicou que ia ficar na sala da professora Ema (os meninos da primária não usam bata), que não ia para o 1º ano porque não tinha tido vaga. Sem dramas.
Na hora das meninas subirem senti que o sorriso dela se foi. Perguntou-me outra vez porquê. Porque iam elas todas, as suas amigas, para a sala do 1º ano e porque ficava ela cá em baixo. Disse-lhe com calma que já tínhamos conversado muito sobre isso e que ela já sabia que ia ser assim. Conformou-se.
Ao chegar à sala dela, ainda se riu, brincou com a professora. Chegou um grupo de meninos novos. Ela sentada na roda começou a mudar e vi nos olhos dela que estava insegura e triste. E começou a chorar. Levantou-se. Agarrou-se a mim. Dizia-me que não queria ficar ali, com aqueles meninos que não conhecia, que não estava habituada. Dei-lhe um beijinho e disse-lhe para ter calma que em breve ia conhecer aqueles meninos todos e que tinha que ajudar a professora, como tinham as duas combinado. Lá foi. Ainda chorosa. De mão dada com a professora. Estiverem a cantar e ouvi-a contar à professora que em casa da avó há um formigueiro cá fora e que conhece uma menina que brinca com as formigas. Mais calma, disse-me adeus com um sorriso forçado.
Agora é esperar que o tempo voe até às 15.30h para ela sair. E que chegue rápido o fim da tarde para conversar com ela e dar-lhe um xi apertado.
 
 

10/09/14

a caminho dos 6

Inscrição para os parabéns no Canal Panda, feita.
Tema da festa de aniversário, escolhido.
O que tinha para comprar para a festinha está comprado e deve chegar nos próximos dias lá a casa.
Decorações e lembranças para a criançada já planeadas.
 
Falta saber ao certo onde faremos a festinha e quantas crianças ela vai querer convidar (medo!). Para além dos amigos extra-escola, este ano temo o pior. Tem os miúdos que foram da sala dela há 2 anos, com quem continua a dar-se muito bem (as meninas, vá!), mais os amigos da sala do ano passado (e aqui já diz que quer também convidar alguns rapazes) e este ano, vai ter mais de 20 colegas novos...
 
A ver vamos se a sala de condomínio aguenta.
 
Pela 1ª vez vamos fazer todas as festas no mesmo dia. Ela faz anos a um sábado. Logo não vai haver bolo depois do jantar no dia da semana para a família próxima e depois festa no fim-de-semana.
Vamos fazer festa para a criançada durante a tarde e a família vai lá ter ao final da tarde e ficam para a noite.
 
E sim, eu sei que é um lugar comum, mas continuo sem perceber bem como já passaram quase 6 anos...

26/08/14

um dia...

 
Há momentos da minha infância de que me lembro muito bem. De andar de autocarro com a minha mãe para ir ter com o meu pai ao fim da tarde e irmos juntos para casa. Do velhinho Fiat 127 vermelho. Do mimo e do colo da minha avó materna. De fazer os "deveres" numa mesa de madeira, no quarto da minha avó antes da minha mãe me ir buscar. Da brincadeira diária em que o meu irmão fazia de taxista, sentado ao volante do carro estacionado, enquanto esperávamos pelo meu pai ao fim da tarde. De jantarmos na cozinha. Dos sábados à noite em que a tia Esmeralda e o Matos apareciam para joagar às cartas lá em casa e nos levavam uns chocolates alegro de presente. Do meu despistado e resmungão avô paterno de cabelos tão branquinhos que me oferecia presentes às escondidas. Dos natais com a casa cheia e do cheiro a lareira. Dos meus aniversários em noite de S. João sempre com casa cheia e com cheiro a sardinhas assadas e barulho de foguetes. Dos teatros que preparávamos os 3 (eu, o meu irmão e o meu primo Rui) nas férias de Natal, para ocuparmos a noite de Natal. Da voz dissimulada e assustadora que a minha avó fazia para assustar o meu irmão nos momentos em que ele se portava pior. Da mármore das paredes da casa de banho de casa da minha avó materna, em que imaginava desenhos mil. Das tardes de domingo com cheiro a chá quentinho e a torras em pão de regueifa feitas no forno. Dos fins-de-semana de inverno em que a minha mãe me levava o pequeno-almoço à cama. Dos carnavais com fantasias feitas à medida e com direito a ver a minha avó mascarada de improviso. Da capa metálica das garrafas de espumante que a minha tia avó sempre colocava no nariz (tipo palhaço) quando havia festa. De ir a Fão com a minha avó de camioneta e achar que tinha feito uma viagem imensa. Das 6ªs feiras em que apanhavamos o comboio para rumar a Esmoriz para o fim-de-semana ou quando íamos ter com o Bessa e íamos mais que muitos num carro que hoje não poderia levar mais de 5 pessoas. Da enorme subida perto do restaurante braseiro e das filas intermináveis. Das 3ªs feiras à tarde em que o meu pai não trabalhava e nos levava a jogar minigolfe, a comer uma torrada quentinha ou um gelado, ou a atravessar o rio Douro num pequeno barco. Da mercearia antiga da D. Antonina. Das bolachas catraias que comprávamos na Rua do Rosário.
E um dia...
Um dia vou perguntar-te que recordações guardas dos teus dias de criança.
Vou querer saber que cheiros te levam numa viagem ao passado. Que recordações guardas das nossas tardes de domingo.
Como te lembras de nós, num lugar que agora é hoje mas que um dia será passado.
Vou querer que me contes se te lembras das vezes em que não me orgulho do meu papel de mãe, porque me deixo ir na onda e te falo mais alto não porque tenhas feito algo extraordinariamente errado, mas apenas porque ando cansada ou porque o meu dia correu mal. Vou querer que me contes se te lembras das juras de amor que trocamos todos os dias e das graçolas antes de dormir. D
Um dia, se me esquecer de te perguntar, prometes que me lês e me respondes?

21/08/14

empresas sem WC?

Tenho a sorte de trabalhar pertinho de casa e mais perto ainda de casa dos meus pais e da minha mãe me dar almocinho todos os dias.
Com as férias, a hora de almoço, é também hora de dar umas beijocas à Maria.
Ontem, logo depois de eu lhe dizer até logo e de lhe dar uma beioca porque tinha que me despachar porque ainda tinha que ir fazer um xi-xi antes de sair, ela pergunta-me:
"Óh mãe.... Lá no teu emprego não há casa de banho?!"

18/08/14

onde é que ela vai buscar estas respostas?

Ontem depois de ver o tio Joca pegar no primo Tomás e atirá-lo ao ar na piscina, agarrou-se a ele e deu-lhe uma mordidela na cara. Das grandes.
Percebi logo que o fez porque não percebeu bem se aquilo era brincadeira e se estavam a fazer mal ao amigo Tomás, então ela tinha que o defender.
Ainda assim perguntei.
 - Maria, porque mordeste no tio Joca?
 - Ele pareceu-me gostoso!!!!
Claro que lhe disse que não se fazia. Depois de me recompor de costas viradas para ela e de me rir até não poder mais.

das férias que já lá vão e dos dias que estão para vir

Rimos. Passeamos. Dormimos agarradinhas. Apanhamos sol. Provaste pela 1ª vez um Magnun Double Caramel e no mesmo dia comeste dois. Demos mergulhos. Trocamos segredos. Ficamos com a face rosada do sol. Ficaste morena a valer. Fizeste amigos na piscina com quem combinavas encontros no dia seguinte. Saltamos. Dançamos. Conheceste a livraria mais bonita do mundo e apaixonaste-te pela escadaria e pelo cheiro a livros no seu interior. Correste atrás das pombas. Andamos de autocarro. Andamos de metro. Adormeceste no autocarro. Reclamaste de tantas vezes que fomos ao Porto passear, fruto do tempo atípico e da ausência de calor.
Adormecemos tarde. Fizemos caretas uma à outra, com o único objectivo de fazer a outra rir. Rimos a valer. Esquecemos os horários. Muitas vezes esquecemos as regras. Andamos de chinelos. Ficamos com o cabelo mais claro por obra do sol que adoramos. Vimos desenhos animados. Compramos trapilho e fiz um tapete para o teu quarto. Pintamos um móvel de azul turquesa. Pelo meio fui fazendo bolos e mais bolos. Festas e mais festas. E cada bolo te fazia sonhar com a tua próxima festa de aniversário. Escolheste o tema da tua festa. Todos os dias perguntas quanto tempo demora para chegar o grande dia.
Pela 1ª vez verbalizaste saudades da escola, das tuas amigas e das vossas brincadeiras. Demos beijos salgados e doces. Disseste-me vezes sem conta: "és a melhor mãe do mundo!". Passamos perto do hospital que foi a nossa casa 10 dias, no Verão passado e recordamos aquele aperto no coração que deixou a nossa vida em suspenso e que teve (felizmente) um final feliz.
Foram duas semanas que passaram a correr. O tempo desapareceu e quando percebemos era domingo e perguntaste-me se tinha mesmo que ir trabalhar no dia seguinte. Disse-te que sim. Querendo dizer-te que não.
E agora que as férias se foram? Temos aproveitado os fins-de-semana o melhor que podemos. Aliando tantas vezes o (meu) trabalho com a brincadeira, como fizemos quando aliamos uma festa no Minigolfe com uma tarde a jogar e a brincar. Acertaste num buraco à primeira. Deste pulos e gritos de alegria. Falhaste muitas vezes. E fizeste batota outras tantas. Eu e o padrinho fingimos somar os pontos e dissemos que ganhaste.
Fizeste um birra monumental ao sair de casa do tio Paulo, no dia do aniversário dele. O motivo? Estavas (muito) cansada depois de uma tarde com a festa da tua grande amiga Rita e e querias ficar em casa dos tios. Choraste muito. Esperneaste ao colo do papá. Engasgaste-te de tanto chorar. Pediste desculpa ao pai e disseste-lhe entre soluços e com uma lucidez que me assusta, que também te devia pedir desculpa a ti, porque não tinhas gostado que pegasse em ti ao colo e te tivesse trazido embora daquela forma. E que devia lembrar-se sempre que a família é o mais importante e que devemos sempre sentir com o coração. E que não devemos magoar as pessoas que moram no nosso coração.
Comemos gelados. Saímos para jantar quando estávamos a acabar de entrar em casa.
Demos um longo passeio à noite, naquela cidade que é minha. Dançaste. Cantaste. Atiraste uma moeda (na verdade várias moedas) ao lago (nos Leões) e pediste um desejo com muita força. Pediste uma Quinta com muitos animais. Ficaste triste segundos depois a dizer que sabias que não se ia realizar. Passou-te rápido e meteste mãos à obra e com a ajuda e cumplicidade da avó, tens juntado caixas e cartão, latas de tinta, folhas e tesoura e estás a construir a tua Quinta. Jogamos ao macaquinho chinês na rua. Perto da meia-noite.
Foste a tantas festas de aniversário. Adormeceste cansada vezes sem conta.
Fomos passear ao Palácio de Cristal e viste um pavão com duas crias que parecia ter algum dispositivo magnético que te puxava para ele. Querias levar o pavão para casa.
Andaste de baloiço a grande velocidade.
Fomos comer uma Francesinha com um grupo improvável de pessoas, que são importantes na nossa vida.
Fomos a Guimarães a uma piscina que adoras, apesar desta nos trazer de volta recordações de dias dolorosos. Adormeceste no carro, de fato de banho, a caminho de casa e acordaste apenas no dia seguinte. Ainda com sono e cheia de fome.
 
Não quero que um dia te lembres de tudo. Mas espero que estas vivências, estas memórias de dias doces, fiquem contigo para sempre e contribuam para que a luz que tu tens, brilhe cada vez mais.
 
 

18/07/14

a modos que vamos de férias

Não serão as férias que queríamos ter. Mas serão as nossas férias.
Não estaremos os 3 de férias. Mas estaremos as duas.
Não vamos dormir em quartos diferentes. Mas teremos o conforto dos nossos.
Não faremos kms e mais kms de carro, nem iremos de avião. Mas prometo que vamos andar no meu carrinho, que vamos andar de metro e que vais andar pela 1ª vez de comboio como tens pedido. Na loucura pode ser que andemos também de autocarro "sem tecto". E de barco.
Não estaremos de papo para o ar, num qualquer destino paradisíaco. Mas temos a sorte de morar bem pertinho da praia e, havendo sol, lá estaremos.
Não haverá uma piscina só para nós. Mas iremos à piscina.
Vamos passear pelo nosso Porto. Vamos comer gelados. Vamos subir à Torre dos Clérigos. Vamos almoçar em casa da avó. Vamos jogar minigolfe. Vamos fazer um piquenique. Vamos conhecer jardins novos. Vou roubar-te sorrisos à mesma velocidade que roubas os meus. Vamos conversar. Vamos apanhar sol. Vamos fazer castelos de areia. Vamos jogar raquetes na praia. Vamos comer bolas de berlim depois de correres na direcção do vendedor assim que ouves a buzina. Vamos andar de chinelos. Vamos adormecer cansadas. Vamos jantar de improviso na praia a ver o por do sol. Vamos dormir sem o despertador nos acordar. Vamos pintar mais paletes para fazermos o banco para a nossa varanda. Vamos fazer projectos criativos, como tanto gostamos. Vamos fazer bolos e bolinhos.
E se o sol fugir? Vamos ao cinema. Vamos jogar bowling. Vamos deitar-nos no tapete da sala a comer pipocas e ver desenhos animados. Vamos ler histórias. Vou contar-te histórias. Vais contar-me histórias.

E pensando bem, comparadas com as férias que tivemos o ano passado, neste mesmo mês de Julho, estas serão umas férias boas.

09/07/14

afinal... ela não vai para o 1º ano em Setembro

Ontem o choque chegou.
Uma chamada do agrupamento de escolas, em que nos disseram que não teria vaga na escola que frequenta e a única vaga que conseguiriam seria noutra escola (de que não gostamos) ou alternativamente, ficaria mais um ano na pré, mantendo-se neste caso na mesma escola (tudo porque faz anos em Novembro). Pedi tempo para responder. Ok mas precisamos de uma resposta hoje. Acedi e desliguei. Fiquei triste. Chorei. Imaginei mil formas de abordar o assunto com ela. Sentia um aperto no coração de cada vez que pensava em como iria reagir. Pior, sentia-me partida por uma decisão que não queria ter que tomar.
Sabíamos que era uma hipótese. Sempre lhe dissemos que só iria para o 1º ano se houvesse vaga porque ela ainda não tem 6 anos como as outras amigas. Nunca acreditamos que acontecesse. Aconteceu.
Respiro fundo e meto-me no carro a caminho de casa dos meus pais. Coisa para demorar 2 minutos. E para eu lavar a alma e chorar, chorar, chorar.
Entrei em casa e fui recebida com um abraço, escondida por trás dos meus óculos de sol.
O que tens mamã?
Disse-lhe que falava já a seguir com ela e pedi-lhe que fosse mostrar o jogo novo ao avô. Contei à minha mãe. Tirei os óculos escuros. Chorei outra vez.
Ela apanhou-nos na cozinha e de improviso, sentei-a no balcão e disse-lhe que estava triste porque precisava de tomar uma decisão. E estava confusa. Que nem sempre os adultos sabem que decisão tomar, tal como acontece com as crianças. E que precisava da ajuda dela. Ela de mão no meu rosto, disse-me que me ajudava.
Com calma expliquei que não teria lugar no 1º ano, na escola dela. Que não havia vagas. E que a decisão seria ir para outra escola para o 1º ano (e eu sei como ela queria ir para o 1o ano) ou ficar na escola dela, um ano mais na pré, até ter 6 anos.
Foi a vez dela me peguntar porquê? Porque não tinha vaga? Porque iam as amigas para o 1º ano e ela não?
Expliquei com calma que só não ia por não haver vagas. Que sabíamos todos que havia essa hipótese.
Mamã, eu não quero ir para outra escola... Eu gosto da minha escola.... Das minhas amigas... - disse-me entre soluços e já a chorar.
Pedi-lhe calma e disse-lhe que não tinha que mudar de escola. Podíamos optar por ela ficar na escola dela, mas não iria para o 1º ano.
Disse-me já sem lágrimas: Então é fácil mamã. Fico na minha escola outra vez. Achas que a professora Ema quer ficar comigo?
Ri-me da simplicidade (e da incocência) com que decidiu.
Conheço a Maria de cor e salteado. Já tinhamos conversado sobre esta possibilidade e sobre o que faríamos se fossemos confrontados. Mas ter que decidir, é diferente. E depois de muito pensar e ponderar, voltava sempre ao ponto do sofrimento que iria causar-lhe a mudança e ao desassossego que seria para nós.
Sabemos o que lhe custou a adaptação à escola. Sabemos quantos dias ela chorou para não ir. Sabemos que emocionalmente a carga seria pesada e é suposto ir para a escola com prazer, como ela vai agora.
E sempre chegavamos ao mesmo resultado. Por muitas voltas diferentes que dessemos. Por muitos caminhos que fizessemos.
E foi assim que tomamos a decisão de que a Maria irá ficar mais um ano na pré.
Curiosamente no fim da nossa convesa o meu telemóvel tocou e era a professora da Maria a devolver-me uma chamada e adivinhando o motivo. Disse-me que a decisão seria sempre nossa e quando lhe disse que decisão tinhamos tomado, disse-me que compreendia bem os motivos porque também ela conhecia bem a Maria e sabia o que lhe ira custar e o choque emocional que viria com a mudança. E  disse-me para ficar tranquila que iria com ela fazer um trabalho diferente no próximo ano lectivo. E amanhã aproveitarei a reunião de avaliação do 3º período para conversar um bocadinho mais com a professora.
E agora que o choque passou, respiro fundo e penso que foi melhor ser agora.
Que ela reagiu melhor do que eu pensava (é sempre assim).
Que nada acontece por acaso e eu já devia saber isto de cor e salteado.
E que não será melhor nem pior entrar ou não este ano para a escola primária.
 

04/07/14

percebo que não vou para nova quando...

As duas no carro a caminho do cabeleireiro.
 - Mãe, o que vais fazer ao cabeleireiro?
 - Vou pintar o cabelo. Já viste tantos cabelos brancos que já andam por aqui?
 - Tens que tomar centrum mulher! Vais ver que te apaga as rugas do cabelo num instante!!!
 - Achas que eu preciso que me apaguem as rugas?
 - Da cara não, mamã! Mas no cabelo, essas rugas brancas...

Orelhas furadas

Para mais tarde recordar... Depois de tanto tempo a pedires para furar as orelhas, numa ida ao shopping e de surpresa, foi o dia.
As duas orelhas ao mesmo tempo e com os brincos escolhidos por ti.
Uns segundos de choro para logo a seguir te encantares e não parares de olhar para o espelho.
O pai não gosta.
A mãe acha que ficas ainda mais fofinha :)

15/05/14

é assim que ela vê os políticos

No fim-de-semana ela parada em frente à televisão. Com o olhar mais compenetrado e atento.
Na televisão, discursava o nosso Presidente da República, Cavaco Silva.
 - Maria, o que estás a fazer?
 - Então mãe... Estou a ouvir o senhor Padre...

13/05/14

baptizar ou não baptizar?

A modos que ando com vontade de baptizar a catraia. E se o Pápa diz que até aos extraterrestres não deve ser negado o baptismo, tenho para mim que convencer um padre que não conheço, de uma igreja a que fui umas 10 vezes perto de casa, vai ser canja (ou não).
Sim, somos casados. Não, não somos casados pela igreja. Para mim fazia pouco sentido. Para o Filipe não fazia qualquer sentido.
Não sou católica praticante. Não sei sequer dizer se sou católica. Tive uma educação católica. Fui baptizada. Fiz a 1ª comunhão. Frequentava um lar de freiras que ficava na rua da casa da minha avó e foi lá que andei na catequese.
Com o passar dos tempos fui-me afastando da igreja sobretudo por não entender as atitudes dos padres. Se calhar cruzei-me com alguns padres errados. E sempre tive dificuldade em entender porque raio tinha que me "confessar" a pessoas que não conhecia e entender o que eram mais do que eu, para poderem perdoar...
Mas há momentos em que sinto que não caminho sózinha. Quando vou a Fátima fora dos dias de romaria (que me perdoe quem delira com as excursões a Fátima dos dias 13, mas para mim Fátima não é aquilo) sinto-me mais leve, sinto que respiro de forma diferente, invariavelmente emociono-me por lá.
No momento mais complicado da minha vida, não pensei em Deus mas pensei muito na minha avó que já cá não está.  E pedi-lhe muito e com todas as minhas forças que ajudasse a minha princesa. E pergunto-me se não será quase a mesma coisa. Porque se não acreditasse em algo e falando objectivamente a minha avó não está cá comigo há tantos anos, o que poderia ela fazer se já não existe?!
Quando a Maria saiu do hospital no Verão horribilis de 2013, pediu-me 2 coisas. Um cão bebé que não crescesse e igual ao Óscar e uma festa de preferência num parque. A parte da Carlota foi-se resolvendo ainda ela estava no hospital e no dia em que a levamos para casa, fomos buscá-la e fizemos-lhe a grande surpresa. A parte da festa no Parque foi-se adiando. Primeiro porque ela ainda estava debilitada. Depois porque não podia andar muito ao sol nem fazer grandes esforços e depois porque o Verão se foi e estava fresco no fim-de-semana.
A Maria já foi à igreja, fala de Jesus, tem padrinhos já desde o tempo em que estava na minha barriguita.
E gostava de juntar as duas coisas. Baptizá-la como agradecimento ao Deus em que acredito (e que não chamo por este nome) pela ajuda que acredito que nos deu e cumprir o desejo dela e ter connosco num parque as pessoas especiais da nossa vida.
Uma coisa muito simples. Com uma festa num parque, para os que contam e sempre estiveram connosco nos momentos mais animados e nos mais complicados.
Tenho para mim que convencer o pai será muito mais complicado do que convencer o padre.

05/05/14

do dia da mãe

Foi um dia especial como o são todos os dias que passo contigo.
Foi ainda mais especial, porque apesar de estar para lá de cansada com tantas encomendas by feito cá em casa, tivemos a casa cheia com os meus pais, irmão e com os meus padrinhos e o meu tio. Afinal era dia da mãe e eu tenho a sorte de ter a minha mãe por perto e de estar com ela todos os dias, mas ainda assim, quis fazer para ela um almocinho lá em casa.
O que ficará para sempre comigo será o pedacinho de tarde em que as mulheres da família vieram passear ao jardim do condomínio e tu andaste de trotinete, passeaste a Carlota e ainda tivemos tempo para jogar todas à macaca e ao um-dois-três macaquinho chinês.
Amo-te mais do que consigo colocar em palavras. Não apenas neste dia. Mas em todos os outros. Mesmo naqueles dias em que estou mal disposta ou tu estás mal disposta. Mesmo nos dias em que estou exausta e as tuas pilhas parecem não ter fim. Gostar de ti é bom. Muito bom. E sei que é uma sorte ter-te na minha vida. Que assim seja para sempre.

23/04/14

das férias da Páscoa

Ela esteve de férias. Nós estivemos a trabalhar.
Pediu para ir para casa dos meus padrinhos e fez 2 malas. Uma carregada de roupa e outra de brinquedos.
Perto da hora de jantar no 1º dia, pediu para a ir buscar porque tinha saudades. Estava feliz mas tinha saudades. Fomos.
Foi dormir a casa da madrinha e se deixassemos teria lá ficado mais (mas o domingo de Páscoa seria em casa dos meus pais e teve mesmo que vir embora).
Antes de vir cruzou-se no Parque da Pasteleira com uma menina da escola e estiveram as duas a brincar. Disse-me com um sorriso que a menina era grande, da escola de cima (primária) e que assim que a viu lhe perguntou se ela se chamava Maria... "Mamã, não vais acreditar! Ela sabia o meu nome...!"
Fez com a madrinha um teatrinho do capuchinho vermelho, lindo que só ele que mostra bem que ela tem a quem sair habilidosa.
Brincou muitoooo em casa dos meus pais, com a companheira de todas as brincadeiras, a avó.
Levou para casa dos avós a bicicleta e no 1º dia decidiu mandar-se rampa abaixo e espetar-se contra o muro. Sem danos de maior e com a lição aprendida por experiência própria.
Percebeu que estar de férias também é estar com as amiguinhas da escola e teve a sorte de partilhar tardes com a amiga Matilde a andar de bicicleta ou a brincar em casa dela ou em casa dos meus pais.
Apesar de não estarmos de férias o S. Pedro foi amigo e permitiu que os dias se esticassem mais e que tivessemos aproveitado para passear.
Viu a Carlota com o cio pela 1ª vez e radiante disse-me que ela estava pronta para ter bebés e anda a contar os dias para que eles nasçam (
Foi pela 1ª vez ao Mercado do Bolhão e não achou piada nenhuma (óhhhhh).
Não comeu nem uma amendoa (não sabe o que perde) mas comeu muitas moedas de chocolate da Favorita do Bolhão.
Fizemos projectos (aka trabalhos manuais), fizemos bolos, bolachinhas. Ajudou a arrumar a casa, a limpar o pó e a varrer.
O jogo "olá eu sou um animal", foi substituído em importância, pelo jogo das rimas. Numa viagem de 30 minutos de carro, viemos os 3 a jogar e ela não se sai nada mal e conseguiu arranjar rimas em "ão" toda a viagem.
Os padrinhos foram para lá de generosos e recebeu roupinha nova fofinha que só ela da madrinha e levou o padrinho com ela à Disney Store onde escolheu a princesa Jasmine de presente e ele decidiu acrescentar a casa da árvore da Rapunzel.
Perdeu o Pascal pelo ralo do bidé no mesmo dia e desenhou um "ainda mais bonito" (palavras dela) para o substituir.
Embora não pedisse para regressar à escola, não fez nenhum drama por perceber que as férias estavam a acabar (o que é um avanço significativo, se pensarmos como correu o regresso das férias do Natal).
E hoje ficou na escola tranquilamente.
E estou desejosa para estar com ela (e ver o queixo que esfolou, no 1º dia do 3º período) e para que ela me conte como correu o regresso, o que fez e tudo e tudo e tudo.
E este será o último período antes da grande aventura da escola primária (o que vale é que ela ainda não sabe ler, senão dizia-me logo que é o 1º ano).

16/04/14

Porque há coisas que para mim só fazem sentido assim

Hoje calhei de ler esta entrevista. Tinha ouvido falar no livro e nas dores de cabeça que provocou a alguns pais, fiéis seguidores do Método Estivel (é assim que se escreve?) mas não tive curiosidade suficiente para pesquisar e ler.
Hoje tropecei na entrevista. E gostei. Tanto que estou a pensar comprar o livro.
E acho que só li o texto, porque perdi uns segundos a pensar no título "Bésame mucho, como criar os filhos com amor".
 
Dei por mim a pensar se há outra forma de criar os nossos filhos, sem ser com amor...
 
Ouço vezes sem conta que a Maria é muito mimada. De familiares. De conhecidos. Se me importo? Verdadeiramente? Não.
A Maria é uma criança educada, que tem noção dos limites (dela e dos nossos). É doce. Não é de fazer birras porque sim. Se é mimada? Pois claro que sim. E digo esta parte sem qualquer culpa ou falso moralismo. Quem não gosta de se sentir amado?
Sempre que me apeteceu pegar nela ao colo em bebé peguei (e sim, ouvia o típico "pega nela, pega que vais ver que depois não quer estar deitada e não te deixa dormir". E o mais curioso é que (quase) sempre deixou).
Sempre que me apetece hoje pegar nela ao colo, pego.
Sempre que me apetecia dar-lhe beijos e abraços apertados, dei.
Sempre que me apetece dar-lhe beijos e abraços apertados, dou.
 
E eu já disse que não e cedi depois dela chorar. Não cedo sempre. Mas sempre e nunca são palavras de que não gosto. E já senti olhares recriminadores por fazer cedências. Por estar disposta a negociar se entendo que é importante para ela e se não faz diferença nem mal a ninguém.
E já gritei com ela em momentos em que não devia ter gritado (porque não tem culpa que eu esteja mal disposta) e já lhe poupei uma ou outra reprimenda, apenas porque no momento não me apeteceu ir por ali.
Eu tenho dúvidas. Muitas dúvidas, enquanto mãe. Claro que me pergunto se é certo. Claro que me interrogo quando um comportamento dela sai fora do padrão que espero (como aconteceu ontem, em que me pediu para a ir buscar a casa dos meus tios, quando foi ela a pedir para ir para lá, e deu como única justificação ter saudades).
 
Agora há uma coisa de que não duvido nada. Temos uma relação única. Entendemo-nos bem. Sei o que resulta com ela. Sei que não vale a pena falar torto ou insistir quando é uma coisa que ela não quer. Sei que é boa a negociar e que me ensina muito mais sobre a vida do que aquilo que tenho capacidade para lhe ensinar.
E sei que juntas, temos ainda muito para aprender. 
 

02/04/14

Hoje é o dia do teu aniversário avó

E eu sei que, lá onde tu estás, hoje é dia de festa.
 
Parabéns avó.
 
E uma imenso Obrigada por aquilo que ficará comigo para sempre...

31/03/14

do fim-de-semana

Ela acordar a sorrir, dizer um sonoro bom dia e dar-me um xi apertadinho enquanto me conta que sonhou que a família andava a deslizar num arco-íris feito de cera e que tinha sido muito divertido <3
 
Conhecermos o mais recente membro da nossa família alargada, o bebé G. que "é tão pequenino e fofinho".

Terminarmos o dia com um não programado encontro com amigos nossos e com a amiga do coração da catraia, a Rita. E jantarmos por lá, todos juntos. E terminarmos o jantar e eles quererem ir brincar para o parque. E lá ficaram até já passar das 11h da noite, enquanto nós aproveitamos para por a conversa em dia.
 
E um dia inteiro de ronha e de sofá, com frio, vento e chuva lá fora.

24/03/14

note to self

Da próxima vez em que me passar pela cabeça deixar de ter este blog, de registar o que me vou lembrando dos ditos da princesa é favor lembrar-me sempre de como é bom ler aquilo que escrevemos em tempos idos. 
E pensar em como um dia ela gostará de ler.
Foram só 5 minutos e meia dúzia de posts que consegui ler e o meu sorriso deve dizer tudo. Já não me lembrava bem como ela era uma papagaio com 18 meses e nas conversas dela. Já não me lembrava que ela gostava de comer yocos à sobremesa (agora não adora, muito menos à sobremesa).
 

o coelho Tamboril

No sábado tivemos que ir ao Norte Shopping. Para a catraia, Norte Shopping quer dizer Disney Store e lá fomos espreitar.
Depois de muita indecisão (e choro à mistura), porque afinal era tudo lindo e ela escolhia uma coisa e a seguir não queria aquilo e queria outra coisa, acabou por decidir-se por um bowling das princesas (piroso que só ele).
Já na caixa, pergunta-me a menina se queria aproveitar a promoção e levar um pelucho do coelho Tambor. Eu olhei para ela e esperava que ela dissesse que não (afinal até acho que ela nunca viu o Bambi).
Resposta: "Querooooo! Mãe tu não sabes que eu adoro o coelho Tamboril!?!"
 

20/03/14

porque ser biju quando se pode ser princesa?

Catraia a falar sobre a minha madrinha: "Não gosto da tia. Ela é uma chata!"
"Maria, não é nada chata. A tia gosta muito de ti... Porque é que a tia é chata?"
"Porque me chama biju e biju é nome de bebé!"
"Então como queres que ela te chame? Maria?"
"Princesa está bom para mim!"

a madrinha e as férias da Páscoa

"Mãe, falta muito para chegarem as férias da Páscoa?"
"Não princesa, está quase."
"É nas férias da Páscoa que eu vou dormir a casa da madrinha?"
"Sim, princesa."
"Oh mãe, achas que eu posso ficar lá a dormir 8 dias?!?"
 
se aos 5 já se quer pirar de casa 8 dias nas férias da Páscoa, prevejo uma adolescência para lá de animada. M-E-D-O

porque ontem foi dia do pai

Saí da empresa a correr. Parei para fazer compras no supermercado. Fui a casa dos meus pais buscar a dupla maravilha (aka Maria & Carlota). Saí de casa dos meus pais sem a dulpa maravilha que a Maria quis ficar com os avós e ir com eles para minha casa. Parei para comprar pão. Cheguei a casa. Fiz a sobremesa. Jantar. Entradas. Por esta ordem. E ainda tive tempo de colocar a toalha na mesa antes dos meus pais e o meu mano chegarem para jantar.
O pai lá de casa chegou já depois das 8h. E ela orgulhosa ofereceu-lhe o presente que preparou para ele na escola (giro, muito giro!).
Mas o momento alto foi ouvi-la cantar a música que aprendeu especialmente para o dia do pai <3
Agora é conseguir convencê-la a cantar novamente para conseguirmos filmar.

14/03/14

Porque há dias em que tudo faz (mais sentido)

Hoje li este texto. É um blog que gosto de acompanhar e que me tem ensinado muito sobre a díficl arte de ser mãe.
Se há dias em que sinto o caminho mais incerto, em que tropeço ou chego mesmo a cair, hoje é um desses dias.
 
Ando pensativa. Diria que ando triste. A Maria voltou a chorar e a pedir para não ir para a escola. A palavra certa não é pedir, é suplicar...
Na semana anterior ao Carnaval esteve doente. Muito constipada e com febre. Ficou 3 dias em casa e quis ir à escola no dia da festa de Carnaval, embora ainda estivesse doente. Foi. E sei que por lá choramingou e dizia ter saudades nossas. Na semana seguinte teve 3 dias de férias e nos 2 dias seguintes ficou em casa por ainda não estar recomposta.
2ª feira voltou à escola e saiu de lá com febre (baixa mas febre). 3ª feira igual. Tem estado sem febre embora ainda continue constipada e eu quero acreditar que por este motivo anda mais fragilizada.
Chora e pede-me por tudo para não ir à escola. Diz que não gosta. Grita que odeia. Tento conversar com ela nos momentos em que se acalma e perceber o porquê. Depois de alguma insistência disse-me na 3ª feira à noite que há uma menina e dois meninos que lhe batem. Perguntei como, onde, se não estava ninguém por perto. Disse-me que é sempre no recreio. Diz ainda que odeia a comida da escola e que a obrigam a comer (esta é porventura a parte mais fácil de resolver) e diz-me que sente que ninguém acredita nela quando diz que lhe doi a testa (a cabeça) ou a barriga e pede para me ligarem (nunca ligaram).
Liguei para a escola na 4ª feira e falei com a professora. Disse-me que era verdade que ela andava mais chorosa e que sempre que chorava na sala dizia que tinha saudades nossas. Questionei se alguma alteração tinha havido na sala e de forma directa disse-lhe que ela nos tinha contado a muito custo que a tal menina e dois outros meninos lhe batiam. Assegurou-me que dentro da sala não era verdade e disse-me que ia pedir uma atenção especial no recreio.
Falei com a Maria e expliquei-lhe que tinha falado ao telefone com a professora e que na próxima semana ia conversar com ela. Sentia um pouco mais sossegada, mas hoje o tormento continuou.
E eu sentio-a diferente. Insegura. Pede constantemente para eu estar ao lado dela. Quer estar sempre ao colo. Pede-me para não sair de perto dela. Não a sinto com a alegria habitual.
Digo-lhe que acredito nela e que se algo não está bem, juntas vamos conseguir resolver.
Sossego-lhe as saudades e explico que eu também sinto saudades dela durante o dia, mas que a trago sempre comigo no coração. E que sei que quando sair do trabalho vamos estar as duas juntas e passear e brincar. E que ela pode sentir o mesmo. E que temos os fins-de-semana e as férias que são momentos especiais em que podemos estar mais tempo juntas.
E ando aos tropeções. E o meu coração diz-me que algo se passará. E no entretanto ela continua a ir à escola...
 

03/03/14

ditos dela

"Sabias que mais vale prevenir do que redemiar?"
Risos muito risos.
"Não sei porque é que te estás a rir. É mesmo verdade que eu aprendi no Manny Mãozinhas!"

Maria - a miúda que adora animais

Ontem, antes de dormir.
"Sabes mamã, eu adorava morar numa Quinta!"
"Ai sim? Então porquê?
"Por causa de estar perto dos animais mamã. Eu adoro animais."
"E qual é o teu preferido?"
"O cão. Espera também gosto de peixes e de vacas. Gosto de pintainhos e de coelhos. Ah! E de porco! Porque quando o porco morre dá-nos fiambre e bolachas de porco (aka TUC bacon) que eu adoro!"
E pronto. Assim se foi o momento fofinho...
 

20/02/14

Hoje preciso de Ajuda - Gonçalo na Alemanha

Eu sei que já vos pedi ajuda antes. E sei que sempre meajudaram.
Hoje não vou pedir ajuda para uma causa que me sensibilizou. Vou antes pedir ajuda para o meu primo, o Gonçalo.
 
O meu primo Gonçalo tem 22 anos e tem cancro. Pois.
 
A página do facebook onde podem acompanhar a luta é esta www.facebook.com/GoncalonaAlemanha e peço-vos que façam gosto e se puderem, contribuam com 1€ que seja para que juntos consigamos mandar o meu primo à Alemanha, onde neste momento, reside a esperança.
E partilhem p.f.
Nos vossos blogs, no facebook, nas empresas onde trabalham, aos amigos.
 
Obrigada.

13/01/14

vamos cantar as asneiras

Na passada 6ª feira informou-me que hoje, às 5.30h da tarde, tinha que ir à escola porque os meninos iam cantar.
Ok. Perguntei: mas o que vão cantar?
E ela começou a cantarolar com a voz de cana rachada passarinho, a cantilena, até que a ouço dizer:
".... as asneiras vimos cantar!"
 - Maria não é asneiras, é Janeiras, filha.
 - Mãe até pode ser Janeiras como tu dizes, mas na minha escola todos cantam asneiras e a música é mesmo assim.
 
A modos que hoje ela vai cantar as asneiras e eu lá estarei em modo mãe babada para ouvir.