18/08/14

das férias que já lá vão e dos dias que estão para vir

Rimos. Passeamos. Dormimos agarradinhas. Apanhamos sol. Provaste pela 1ª vez um Magnun Double Caramel e no mesmo dia comeste dois. Demos mergulhos. Trocamos segredos. Ficamos com a face rosada do sol. Ficaste morena a valer. Fizeste amigos na piscina com quem combinavas encontros no dia seguinte. Saltamos. Dançamos. Conheceste a livraria mais bonita do mundo e apaixonaste-te pela escadaria e pelo cheiro a livros no seu interior. Correste atrás das pombas. Andamos de autocarro. Andamos de metro. Adormeceste no autocarro. Reclamaste de tantas vezes que fomos ao Porto passear, fruto do tempo atípico e da ausência de calor.
Adormecemos tarde. Fizemos caretas uma à outra, com o único objectivo de fazer a outra rir. Rimos a valer. Esquecemos os horários. Muitas vezes esquecemos as regras. Andamos de chinelos. Ficamos com o cabelo mais claro por obra do sol que adoramos. Vimos desenhos animados. Compramos trapilho e fiz um tapete para o teu quarto. Pintamos um móvel de azul turquesa. Pelo meio fui fazendo bolos e mais bolos. Festas e mais festas. E cada bolo te fazia sonhar com a tua próxima festa de aniversário. Escolheste o tema da tua festa. Todos os dias perguntas quanto tempo demora para chegar o grande dia.
Pela 1ª vez verbalizaste saudades da escola, das tuas amigas e das vossas brincadeiras. Demos beijos salgados e doces. Disseste-me vezes sem conta: "és a melhor mãe do mundo!". Passamos perto do hospital que foi a nossa casa 10 dias, no Verão passado e recordamos aquele aperto no coração que deixou a nossa vida em suspenso e que teve (felizmente) um final feliz.
Foram duas semanas que passaram a correr. O tempo desapareceu e quando percebemos era domingo e perguntaste-me se tinha mesmo que ir trabalhar no dia seguinte. Disse-te que sim. Querendo dizer-te que não.
E agora que as férias se foram? Temos aproveitado os fins-de-semana o melhor que podemos. Aliando tantas vezes o (meu) trabalho com a brincadeira, como fizemos quando aliamos uma festa no Minigolfe com uma tarde a jogar e a brincar. Acertaste num buraco à primeira. Deste pulos e gritos de alegria. Falhaste muitas vezes. E fizeste batota outras tantas. Eu e o padrinho fingimos somar os pontos e dissemos que ganhaste.
Fizeste um birra monumental ao sair de casa do tio Paulo, no dia do aniversário dele. O motivo? Estavas (muito) cansada depois de uma tarde com a festa da tua grande amiga Rita e e querias ficar em casa dos tios. Choraste muito. Esperneaste ao colo do papá. Engasgaste-te de tanto chorar. Pediste desculpa ao pai e disseste-lhe entre soluços e com uma lucidez que me assusta, que também te devia pedir desculpa a ti, porque não tinhas gostado que pegasse em ti ao colo e te tivesse trazido embora daquela forma. E que devia lembrar-se sempre que a família é o mais importante e que devemos sempre sentir com o coração. E que não devemos magoar as pessoas que moram no nosso coração.
Comemos gelados. Saímos para jantar quando estávamos a acabar de entrar em casa.
Demos um longo passeio à noite, naquela cidade que é minha. Dançaste. Cantaste. Atiraste uma moeda (na verdade várias moedas) ao lago (nos Leões) e pediste um desejo com muita força. Pediste uma Quinta com muitos animais. Ficaste triste segundos depois a dizer que sabias que não se ia realizar. Passou-te rápido e meteste mãos à obra e com a ajuda e cumplicidade da avó, tens juntado caixas e cartão, latas de tinta, folhas e tesoura e estás a construir a tua Quinta. Jogamos ao macaquinho chinês na rua. Perto da meia-noite.
Foste a tantas festas de aniversário. Adormeceste cansada vezes sem conta.
Fomos passear ao Palácio de Cristal e viste um pavão com duas crias que parecia ter algum dispositivo magnético que te puxava para ele. Querias levar o pavão para casa.
Andaste de baloiço a grande velocidade.
Fomos comer uma Francesinha com um grupo improvável de pessoas, que são importantes na nossa vida.
Fomos a Guimarães a uma piscina que adoras, apesar desta nos trazer de volta recordações de dias dolorosos. Adormeceste no carro, de fato de banho, a caminho de casa e acordaste apenas no dia seguinte. Ainda com sono e cheia de fome.
 
Não quero que um dia te lembres de tudo. Mas espero que estas vivências, estas memórias de dias doces, fiquem contigo para sempre e contribuam para que a luz que tu tens, brilhe cada vez mais.
 
 

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