Ontem o choque chegou.
Uma chamada do agrupamento de escolas, em que nos disseram que não teria vaga na escola que frequenta e a única vaga que conseguiriam seria noutra escola (de que não gostamos) ou alternativamente, ficaria mais um ano na pré, mantendo-se neste caso na mesma escola (tudo porque faz anos em Novembro). Pedi tempo para responder. Ok mas precisamos de uma resposta hoje. Acedi e desliguei. Fiquei triste. Chorei. Imaginei mil formas de abordar o assunto com ela. Sentia um aperto no coração de cada vez que pensava em como iria reagir. Pior, sentia-me partida por uma decisão que não queria ter que tomar.
Sabíamos que era uma hipótese. Sempre lhe dissemos que só iria para o 1º ano se houvesse vaga porque ela ainda não tem 6 anos como as outras amigas. Nunca acreditamos que acontecesse. Aconteceu.
Respiro fundo e meto-me no carro a caminho de casa dos meus pais. Coisa para demorar 2 minutos. E para eu lavar a alma e chorar, chorar, chorar.
Entrei em casa e fui recebida com um abraço, escondida por trás dos meus óculos de sol.
O que tens mamã?
Disse-lhe que falava já a seguir com ela e pedi-lhe que fosse mostrar o jogo novo ao avô. Contei à minha mãe. Tirei os óculos escuros. Chorei outra vez.
Ela apanhou-nos na cozinha e de improviso, sentei-a no balcão e disse-lhe que estava triste porque precisava de tomar uma decisão. E estava confusa. Que nem sempre os adultos sabem que decisão tomar, tal como acontece com as crianças. E que precisava da ajuda dela. Ela de mão no meu rosto, disse-me que me ajudava.
Com calma expliquei que não teria lugar no 1º ano, na escola dela. Que não havia vagas. E que a decisão seria ir para outra escola para o 1º ano (e eu sei como ela queria ir para o 1o ano) ou ficar na escola dela, um ano mais na pré, até ter 6 anos.
Foi a vez dela me peguntar porquê? Porque não tinha vaga? Porque iam as amigas para o 1º ano e ela não?
Expliquei com calma que só não ia por não haver vagas. Que sabíamos todos que havia essa hipótese.
Mamã, eu não quero ir para outra escola... Eu gosto da minha escola.... Das minhas amigas... - disse-me entre soluços e já a chorar.
Pedi-lhe calma e disse-lhe que não tinha que mudar de escola. Podíamos optar por ela ficar na escola dela, mas não iria para o 1º ano.
Disse-me já sem lágrimas: Então é fácil mamã. Fico na minha escola outra vez. Achas que a professora Ema quer ficar comigo?
Ri-me da simplicidade (e da incocência) com que decidiu.
Conheço a Maria de cor e salteado. Já tinhamos conversado sobre esta possibilidade e sobre o que faríamos se fossemos confrontados. Mas ter que decidir, é diferente. E depois de muito pensar e ponderar, voltava sempre ao ponto do sofrimento que iria causar-lhe a mudança e ao desassossego que seria para nós.
Sabemos o que lhe custou a adaptação à escola. Sabemos quantos dias ela chorou para não ir. Sabemos que emocionalmente a carga seria pesada e é suposto ir para a escola com prazer, como ela vai agora.
E sempre chegavamos ao mesmo resultado. Por muitas voltas diferentes que dessemos. Por muitos caminhos que fizessemos.
E foi assim que tomamos a decisão de que a Maria irá ficar mais um ano na pré.
Curiosamente no fim da nossa convesa o meu telemóvel tocou e era a professora da Maria a devolver-me uma chamada e adivinhando o motivo. Disse-me que a decisão seria sempre nossa e quando lhe disse que decisão tinhamos tomado, disse-me que compreendia bem os motivos porque também ela conhecia bem a Maria e sabia o que lhe ira custar e o choque emocional que viria com a mudança. E disse-me para ficar tranquila que iria com ela fazer um trabalho diferente no próximo ano lectivo. E amanhã aproveitarei a reunião de avaliação do 3º período para conversar um bocadinho mais com a professora.
E agora que o choque passou, respiro fundo e penso que foi melhor ser agora.
Que ela reagiu melhor do que eu pensava (é sempre assim).
Que nada acontece por acaso e eu já devia saber isto de cor e salteado.
E que não será melhor nem pior entrar ou não este ano para a escola primária.
Uma chamada do agrupamento de escolas, em que nos disseram que não teria vaga na escola que frequenta e a única vaga que conseguiriam seria noutra escola (de que não gostamos) ou alternativamente, ficaria mais um ano na pré, mantendo-se neste caso na mesma escola (tudo porque faz anos em Novembro). Pedi tempo para responder. Ok mas precisamos de uma resposta hoje. Acedi e desliguei. Fiquei triste. Chorei. Imaginei mil formas de abordar o assunto com ela. Sentia um aperto no coração de cada vez que pensava em como iria reagir. Pior, sentia-me partida por uma decisão que não queria ter que tomar.
Sabíamos que era uma hipótese. Sempre lhe dissemos que só iria para o 1º ano se houvesse vaga porque ela ainda não tem 6 anos como as outras amigas. Nunca acreditamos que acontecesse. Aconteceu.
Respiro fundo e meto-me no carro a caminho de casa dos meus pais. Coisa para demorar 2 minutos. E para eu lavar a alma e chorar, chorar, chorar.
Entrei em casa e fui recebida com um abraço, escondida por trás dos meus óculos de sol.
O que tens mamã?
Disse-lhe que falava já a seguir com ela e pedi-lhe que fosse mostrar o jogo novo ao avô. Contei à minha mãe. Tirei os óculos escuros. Chorei outra vez.
Ela apanhou-nos na cozinha e de improviso, sentei-a no balcão e disse-lhe que estava triste porque precisava de tomar uma decisão. E estava confusa. Que nem sempre os adultos sabem que decisão tomar, tal como acontece com as crianças. E que precisava da ajuda dela. Ela de mão no meu rosto, disse-me que me ajudava.
Com calma expliquei que não teria lugar no 1º ano, na escola dela. Que não havia vagas. E que a decisão seria ir para outra escola para o 1º ano (e eu sei como ela queria ir para o 1o ano) ou ficar na escola dela, um ano mais na pré, até ter 6 anos.
Foi a vez dela me peguntar porquê? Porque não tinha vaga? Porque iam as amigas para o 1º ano e ela não?
Expliquei com calma que só não ia por não haver vagas. Que sabíamos todos que havia essa hipótese.
Mamã, eu não quero ir para outra escola... Eu gosto da minha escola.... Das minhas amigas... - disse-me entre soluços e já a chorar.
Pedi-lhe calma e disse-lhe que não tinha que mudar de escola. Podíamos optar por ela ficar na escola dela, mas não iria para o 1º ano.
Disse-me já sem lágrimas: Então é fácil mamã. Fico na minha escola outra vez. Achas que a professora Ema quer ficar comigo?
Ri-me da simplicidade (e da incocência) com que decidiu.
Conheço a Maria de cor e salteado. Já tinhamos conversado sobre esta possibilidade e sobre o que faríamos se fossemos confrontados. Mas ter que decidir, é diferente. E depois de muito pensar e ponderar, voltava sempre ao ponto do sofrimento que iria causar-lhe a mudança e ao desassossego que seria para nós.
Sabemos o que lhe custou a adaptação à escola. Sabemos quantos dias ela chorou para não ir. Sabemos que emocionalmente a carga seria pesada e é suposto ir para a escola com prazer, como ela vai agora.
E sempre chegavamos ao mesmo resultado. Por muitas voltas diferentes que dessemos. Por muitos caminhos que fizessemos.
E foi assim que tomamos a decisão de que a Maria irá ficar mais um ano na pré.
Curiosamente no fim da nossa convesa o meu telemóvel tocou e era a professora da Maria a devolver-me uma chamada e adivinhando o motivo. Disse-me que a decisão seria sempre nossa e quando lhe disse que decisão tinhamos tomado, disse-me que compreendia bem os motivos porque também ela conhecia bem a Maria e sabia o que lhe ira custar e o choque emocional que viria com a mudança. E disse-me para ficar tranquila que iria com ela fazer um trabalho diferente no próximo ano lectivo. E amanhã aproveitarei a reunião de avaliação do 3º período para conversar um bocadinho mais com a professora.
E agora que o choque passou, respiro fundo e penso que foi melhor ser agora.
Que ela reagiu melhor do que eu pensava (é sempre assim).
Que nada acontece por acaso e eu já devia saber isto de cor e salteado.
E que não será melhor nem pior entrar ou não este ano para a escola primária.
2 comentários:
Eu faço anos em janeiro e queria muito entrar na escola mais cedo. Podes não acreditar, mas lembro-me de toda a conversa que tive com a minha mãe quando ela me disse que não era possível entrar mais cedo, lembro-me onde estava, até como estava vestida. E lembro-me de chorar muito... a tua filha fez a escolha dela, e acho que fizeste bem que fosse ela a decidir.
Beijinhos
Como te entendo, é tão cruel isso.
Já há prés que fazem as turminhas de setembro a setembro.
Com o meu filhote foi igual e eu optei por pôr num colégio.
Bj
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