18/01/11

livro de instruções

Sobre como contornar birrar numa criança de 2 anos.
Precisa-se! Urgente!
A Maria é um doce, mas quando lhe dá para a bela da birra a coisa é complicada.
Sábado de manhã. Mãe furiosa porque íamos as duas sair para passear e o papá tinha-se esquecido de deixar a cadeira da Maria no meu carro. A Maria estava comigo na garagem, preparada para o passeio. E tive que lhe explicar que não podia ser e porquê. Brinquei com o assunto e fiz-lhe a proposta de irmos as duas tomar o pequeno-almoço na confeitaria ao pé de casa. Esqueceu o carro e lá foi toda sorridente. Estava muito bem disposta. Brincava, cantava. Comeu torrada e bebeu compal de manga. Até que, começou a fugir em direcção à porta (aberta) e a cantar "não me apanhas! não me apanhas!". Fui buscá-la e expliquei que a potra estava aberta e que havia carros. Que era perigoso. Mas ela queria lá saber. Era só pousá-la no chão que a brincadeira repetia-se. Para não estar sempre a correr como uma louca atrás dela decidi que ficava ao meu colo. Tragédia. Drama. Gritos. Choro. Cara vermelha como um tomate. Lágrimas a rodos. Ranho. A pastelaria parou e ela só esperneava ao meu colo enquanto gritava e chorava: "Pousa-me no chão!". Uns minutos. Até que patrão, empregadas, vinham falar com ela, isto e aquilo. Eu já de pé, pronta para pagar e ela não se calava. Ofereceram-lhe bolachinhas (hungaros) que ela adora. Nada. Não queria. Pão que ela adora. Não queria. Um puzzle. Lá disse obrigada mas continuou a gritaria. Viemos embora e assim que saí da pastelaria dei-lhe a mão e pousei-a no chão. Parou imediatamente de chorar. Limpou a cara (com a manga do casaco, claro está) e disse-me ainda meio aos soluços: "Vamos para casa e ajudas-me a fazer o puzzle?". Disse-lhe que sim, mas que estava chateada com ela. Que não podia portar-se assim. Respondeu-me: "decupa". E foi saltitante e sorridente para casa, como se aquela birra, que me deixou doente, não tivesse acontecido...
Ontem à noite repetiu a cena. Em modo ligeiro. Com o pai. Chorava baba e ranho porque não podia brincar mais com a Mafalda. E não havia forma de se calar. E o Filipe bem lhe dizia que se ela não chorasse e pedisse de forma normal, podiam conversar. Mas qual quê. O que valeu foi o apelo da bela salsicha com batatas fritas que comeu ontem depois da sopa (já que o nosso jantar foi francesinha). Foi para a mesa e esqueceu-se completamente.

8 comentários:

Rute disse...

Por cá também temos disso quase todos os dias, agora deu para gritar quando insisto para fazer algo que não quer. Acho que não existem formulas certas, há quem diga para ignorar, eu faço-o até certo ponto, se vejo que é grave tento acalmá-lo, agarra-o, olho-o nos olhos e explico-lhe que o que está a fazer é mal feito e que ninguém lhe está a fazer para ele estar a chorar e a gritar. Também lhe vou dizendo que quem "manda" é a mamã e não o bebé. Às vezes resulta, outras não. Não é fácil.

Dinastia FilipiNHa disse...

Lá em casa, a maneira mais rápida de acabar com uma birra da Maria, é a Mariana fazer uma das suas birras. A Maria fica tão admirada a olhar para ela de olhos arregalados, que se cala imediatamente...

Pois é, não há solução. São os terrible two em todo o seu esplendor. Por muito que faças tudo certinho, há birras que não vais conseguir evitar. E depois, a elas passa-lhes num instante, nós ficamos de rastos...

Beijinhos

Mami ( Sónia ) disse...

Elas dão connosco em doidas Patrícia! Isso sim. nunca sabemos quando vão fazer uma birra daquelas.

Ana disse...

:) não posso deixar de sorrir... porque não sei se é por ser rapaz, tais birras, não são de todo estranhas no Gil... é mesmo teimosinho... mas precisamos de respirar muito fundo quando estas coisas acontecem... fazem parte do crescimento deles (antes não fizessem...)... beijokas

Gambozina disse...

Vou estar atenta às dicas. Ainda consigo levar facilmente o João, mas acho que não por muito mais tempo...

Joana Costa disse...

Como eu te compreendo!!!
A minha também já em faz algumas birras, com a diferença que ainda não fala tão bem como a Maria e então conseguir ter uma conversa com ela a tentar convencer seja do que for é impossível... só mesmo distraíndo com outra coisa qualquer! Agora em casa só quer andar à roda e depois quando está tonta atira-se pra cima do puff e ri-se...
Paciência é o que temos de ter. E muita mesmo

Carolina Cardoso Silveira disse...

se antes nao me queixava disso, agora queixo-me e mt.
desde que vim embora que as birras têm aparecido, eu penso que seja uma chamada de atenção pois a rotina mudou radicalmente....
por vezes tolero e tento chama-lo a razao, outras vezes quase que perco a cabeça....

Rita disse...

Ai as birrinhas.. lol Boa sorte! *