16/05/10

Mais uma história - esta da mamã

A todos os que nos seguem os passos, por aqui ou pelo facebook, agradeço a preocupação, as perguntas, os comentários, os e-mails e afins. Há uns tempos contei-vos que estava triste, chateada e alguns perceberam o motivo.
Pois bem, se até 6ª estava impedida de falar, hoje sou "livre", pelo que vos conto que estarei de "férias" prolongadas. Já sem choro, sem mágoa, sem tristezas. Na 6ª feira passada cumpri o meu último dia de trabalho, na empresa que foi a minha casa, durante quase, quase 11 anos (um terço da minha vida!). Entrei fresquinha, fresquinha, acabada de sair da faculdade. Não vos minto se vos disser que o conhecimento, a aprendizagem destes 11 anos, foi a mais importante da minha vida. Conheci pessoas fantásticas. Trabalhei com pessoas fabulosas. Fui muito feliz no meu trabalho! Adorei o que fiz em tempos idos. Não adorava o que fazia desde que regressei de licença de maternidade. Nem tudo foram rosas, bem pelo contrário. Os últimos tempos, o último ano foi dureza. Fazer algo de que não se gosta é obra! Ia obrigada trabalhar cada dia. Não tinha brilho. Limitava-me a cumprir de forma eficiente e eficaz o que me era pedido.
Também trabalhei com pessoas más. Pessoas cujo único prazer é pisar os outros, ser melhor do que o colega. Tudo vale. Desde que o caminho seja para cima. Lamento: não sou assim. É um jogo que não sei e não quero jogar.
A decisão estava tomada quase há um mês e negociação para a frente e para trás, sabia que estava por dias. Andei sempre estupidamente calma. Nem me reconhecia. Limpei a minha secretária das minhas fotos, dos recuerdos destes 11 anos. Tarecos nos sacos desde 5ª feira. Sexta entrei de manhã no escritório, tomei café com quem tomo habitualmente, obriguei-me a sorrir... Assim que enviei o meu último e-mail do meu endereço da empresa, despedindo-me de colegas, de clientes, de fornecedores e começaram a chover respostas, telefonemas, perguntas, desejos... Fui-me abaixo das canetas. Saí de computador na mochila a chorar como uma Madalena, mas aliviada e feliz. Saí com a sensação de que dei o melhor de mim à empresa. E com a alegria de não ter mais que ignorar ou sorrir a quem não me apetece. Neste mês, cresci imenso. Acho que cresci mais do que em toda a minha vida. Foi uma grande bofetada, perceber que havia "amigos" que falavam de nós, sobre o que nos estava a acontecer, com os outros, mas que a mim nada me diziam. Pior, havia "amigos" que questionavam as minhas decisões (como se lhes coubesse fazê-lo). A minha avó sempre me disse, que em momentos de aperto vemos quem está disponível para nós. E eu pude perceber que relações de 11 anos de trabalho, de amizades... nada valiam. E, quem me lê talvez não saiba, mas não sou rapariga de meias medidas, de meias palavras, não gostei, cortei. E cortado ficará. Sou radical? Não, sou objectiva. Quero muito, muito ser feliz. E estas pessoas em nada contribuem para a minha felicidade.
Quer isto dizer que estou oficialmente de férias até ao final do mês de Maio, altura em que passarei a estar desempregada. Situação totalmente nova e assustadora. Mas nem quero pensar muito nisso para ver se não fico biruta de todo. A parte melhor da história é que passarei a ter mais tempo para acompanhar a Maria. Espero ficar em casa até ao final do Verão, altura em que meterei a mão na massa que é como quem diz, começarei a procura por um novo trabalho... Se alguém souber de alguém que precise de uma pessoa para marketing/comunicação, que apite!

4 comentários:

Gambozina disse...

Um beijo grande! E boas férias:-) Aproveita cada minutinho desta oportunidade que tens de estar com a Maria e de ter mimar mais também. E em Setembro tudo se vai resolver num piscar de olhos. Se entretanto souber de algo, eu aviso!

Cenas de Gaja disse...

Força! Vai correr tudo bem, sabes disso! ;-)

** Gaja //

Paula Oliveira disse...

Oiii ... tenho andado um bocado desaparecida... e por isso, só agora li o que se vai passando por ai... deve ser complicado... mas vais dar a volta por cima!! E tens sempre a mais valia de 11 anos de experiência... é uma area complicada para se ter o privilegio de se ser mãe... tenho amigas que sofreram do mesmo... eu não sofri mas vou sofrendo... já que é a minha área de formação mas nunca exerci... com muita tristeza minha!

Beijocas, sorte e muita determinação... é que te enviamos daqui destes lados!

Unknown disse...

És uma grande mulher,
força e acima de tudo a tua sanidade mental e a tua familia.
beijos grds