O tempo que não estica. O tempo que voa e que não me deixa fazer tudo o que quero. O tempo que não pára. A miúda que cresce com o tempo. Eu que envelheço com o tempo. O tempo é um malvado. Quando queremos que passe é uma tormento. Quando pelo contrário queremos tempo, queremos que dure, queremos mais horas, queremos mais uns minutos, o tempo escapa-se por entre os dedos.
Não vivo bem com o tempo. Há dias em que tenho tempo. Em que consigo ter tempo, sacrificando outro tanto tempo e fazendo milagres em minutos. Em que gosto de fazer o tempo parar. E ir com ela passear ao fim da tarde. Esticando o tempo na empresa. Para sair a horas e correr contra o tempo para ir buscá-la e chegar à praia. E correr para arranjar um lugar para o carro e por fim ficar ali. Com ela. Num tempo sem tempo. Parando o tempo. Esquecendo que ele existe. Naquele tempo em que nada mais existe. Em que nada mais importa. E depois voltar. E comigo trazer o tempo. A correria contra o tempo. E depois páro e penso que ele não pára. Que por vezes não vale a pena correr tanto. Que o tempo é elástico e molda-se ao que dele quero fazer. E é este malvado tempo, que me obriga a escolher, a tomar decisões. Mais pensadas por vezes. De improviso outras tantas.
1 comentário:
Que bonito Patrícia! É mesmo assim que às vezes me sinto! Como diz uma letra dos Donna Maria 'O tempo é um carro novo sem a marcha-atrás".
Beijocas nossas*
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