11/08/16

adeus Smart

Ontem foi dia de dizer adeus ao meu carrinho.
E custou-me. Custou-me muito. Mais do que alguma vez pensei que me fosse custar.
Engoli as lágrimas quando a o vi passar à minha porta e dissemos adeus à nova proprietária. Logo de manhã ao ir trabalhar, entrei no meu carro e tive vontade de chorar. Foi neste carro que aprendi verdadeiramente a conduzir e a safar-me no trânsito. Foram 6 anos e uns meses. E eu que sempre odiei conduzir, descobri com o Smart (e com a caixa automática, que afinal até ia sozinha a Lisboa e voltava, sem problema).
Mudar de carro, aconteceu porque teve mesmo que ser. Vem aí a Constança e se, apenas com a Maria, este carro servia perfeitamente o seu propósito, em breve deixaria mesmo de me servir. Não poderia levar cada uma à vez (embora até me tenha ocorrido...).
Em breve chega outro carro, com 5 lugares e uma mala onde cabe um carrinho de bebé. E espero ser tão feliz com este, como fui com o meu pequenino...

05/08/16

estar grávida também é...

Fazer a ecografia morfológica e ficar para lá de feliz por todos os "tijolos estarem no sítio" e por passarmos tanto tempo a ver a nossa bebé, depois de uma noite em que se dormiu pouco e a ansiedade era muita. Obrigada Dr. Inocêncio pela boa disposição e pela tranquilidade que consegue passar a esta mãe ansiosa.
 
Descobrir na mesma semana que estamos imunes à varicela, depois de um susto do caraças porque estivemos em contacto (próximo) com uma criança infectada e nos mandam para o hospital fazer análises e nos colocam ao corrente dos perigos e nos pintam um cenário pesado, caso fique infecta nesta altura (estava longe de imaginar que pudesse ser tão grave e não tínhamos como imaginar que 3 dias depois de estarmos com o H iam aparecer-lhe borbulhas e a safada da varicela).
 
Odiar dias com temperatura acima de 25 graus, quando se adora habitualmente os dias de muito calor.
 
Ver os tornozelos desaparecerem como que por mistério. E ver os sapatos ficarem apertados.
 
Perceber que a barriga cresce e ficar contente.
 
Ter cada vez mais a certeza de que a vida nos deu um presente imenso. E sentir que devagarinho começamos a ajustar as nossas vidas, para sermos 4.
 
 
 

26/07/16

Mais de metade já passou...

Às 20 semanas e 5 dias, sou capaz de jurar que me acordaste de noite com a festa que fazias na minha barriga.
Tenho andado preocupada, por não te sentir ainda mexer. E talvez por isso até penso que estava a sonhar.
Não sei se foste tu, ou se foi fruto da minha imaginação. Mas hoje, logo depois de tomar o pequeno-almoço, tive novamente a sensação de te sentir mexer, bem lá no fundo da minha barriga.
 
A minha barriga já cresceu. E tem crescido também o amor que sinto por ti.
Os meus pés já incharam. O meu nariz também já começou a mostrar que vai ficar enorme novamente.
 
Estamos a preparar a nossa casa e a nossa vida para a tua chegada.
 
Com a ajuda da mana, estamos a destralhar o quarto que hoje é dela e que será vosso, para acomodar a tua caminha.
 
Da lista infindável de coisas que tínhamos para comprar, faltam já só meia dúzia.
 
Deves ter já ouvido a mana dizer que anda com ciúmes. Mas deves sentir também todas as festinhas e beijinhos que dá na minha barriga e tê-la ouvido falar através do meu umbigo e pedir que lhe tragas um skate :)
 
N 2ª feira vamos ver-te novamente, naquela ecografia que deixa as mamãs e os papás mais nervosos, por ser tão importante. E andamos a contar os dias.
 
Já marcamos o ecocardiograma fetal que a nossa Dra. L pediu que fizéssemos por precaução e porque a mamã já não vai para nova (mas esta é só lá para o início de Setembro).
 
O tempo tem passado. Não tão rápido como gostaria nesta fase, mas olhando para trás sinto que não custou assim tanto...
 
É incrível como tive medo, há umas escassas semanas, de não conseguir gostar de ti. E hoje sentir que sem ti, já nada faria o mesmo sentido. Obrigada por me teres ensinado que o amor de mãe não se divide, multiplica-se.
 
Vamos aguentar as duas mais umas 17 semaninhas? Depois já podes vir que vamos estar à tua espera :)
 

03/06/16

a melhor surpresa que vida nos podia dar

Agora que já posso gritar ao mundo... A família por cá vai crescer.
Não podíamos estar mais felizes, mas a maior felicidade foi mesmo a da Maria.
É um segredo que andamos a guardar desde dia 11 de Abril e que a muito custo, escondemos até da Maria. Por querer protege-la caso algo acontecesse.
Como tenho 38 anos e para fugir à amniocentese, optamos, depois de conversar com a obstetra que me acompanha, avançar para o harmony.
As 12 semanas já se cumpriram dia 26 de Maio, mas sem festejos e sem desvendar o segredo, porque ainda aguardávamos o resultado, que chegou no dia 30 de Maio, mesmo a tempo da consulta das 12 semanas (que foi de facto já a 3ª consulta a que fui, que quis garantir que a coisa ia correndo bem).
E foi no consultório da obstetra mais doce do universo, que a Maria ficou a saber que vai ter uma irmã... Sim, já sabemos que é uma menina (optamos por saber, no harmony), aliás é a Constança <3
A reacção da Maria vai ficar para sempre, sempre, sempre guardada na minha memória. Ela vai ser uma irmã mais velha do caraças. Do caraças, mesmo. A felicidade, a alegria dela no momento que soube. O cuidado e o mimo que tem comigo (e com a minha barriga) desde 2ª feira é lindo de se ver. Só fala na irmã, desenha-nos em família e ela com a Constança ao colo, desenha-me grávida, quer comprar-lhe este mundo e o outro.
Temos a reacção em vídeo e prometo que um dia destes com tempo, coloco aqui.
Sim, é verdade que há bem pouco tempo dizia que não estava nos nossos planos (e não estava mas a vida deu-nos este presente) e que tinha dúvidas se conseguiria amar outro filho, como amo a Maria. As dúvidas ainda cá moram, embora com o passar das semanas, se esbatam...
Ainda dou por mim a pensar se é mesmo verdade, se estou mesmo grávida ou se é só um sonho bonito que estou a viver.
Para já tudo bem, o que quer dizer que o 1º trimestre foi tranquilo, sem percalços de maior. E com náuseas. Muitas náuseas.
Prepare-se quem nos lê para me aturar em modo grávida :)

30/05/16

Nunca fiz tantas vezes refresh ao meu e-mail

Espero hoje uma notícia que chegará por e-mail. E não chega. E eu stresso. Já liguei e confirmei que vão enviar hoje. E não chega. E eu já fiz uma centena de vezes refresh ao meu e-mail...
Fingers crossed pessoas que gostam de nós! Fingers crossed! 

11/05/16

o primeiro relógio

O meu ainda mora lá em casa. É da timex, pequenino, com a correia rosa e fundo branco com caixa prateada.
Foi um presente do meu avó (que teve que comprar uma colecção completa para eu ter aquele) e levei-o orgulhosa para a escola. Na primeira semana ganhou uns riscos feios no vidro feitos por uma menina que não gostava de mim. E chorei baba e ranho.
 
Na semana passada ela convenceu-nos a comprar-lhe um relógio. Tinha que ser digital e cor-de-rosa. Num final e tarde rumamos ao shopping e encontramos. Escolheu este, igualzinho. E ficou doida com as possibilidades e as braceletes que podia trocar, quando nos convencesse a comprar outras para trocar.
Andou com ele feliz o resto da semana. No sábado levou-o para mostrar aos avós. No domingo ia sair de casa e foi buscar o relógio. Nem rasto dele. Não sabe onde o deixou. Não sabe se o perder. Já reviramos a casa e nada. Já perguntamos e não ficou em casa dos avós.
Sumiu-se...
 

28/04/16

e de repente...

Algo que acreditavas que não querias, acontece.
Ficas assustada. Com medo. Duvidas de ti.
E a vida muda naquele instante.
Os dias passam. As semanas passam. E tudo muda. Em ti.
Este é um momento em que gostava que este blog fosse privado para poder escrever tudo o que me vai na alma nestas últimas semanas...

06/04/16

perguntas dela (que também são minhas)

O 3º período começou.
Ela chegou a casa feliz e cansada e disse-me que tinha 2 colegas novos na sala dela. Disse-me os nomes e que eles tinham uma vida complicada. Perguntei se já tinha brincado com eles e se eram simpáticos. Disse-me que tinha brincado com a menina.
Ontem consegui ir busca-la à escola e contou-me que os 2 colegas não viviam com os pais. Que a vida deles era muito complicada. Que viviam numa casa que toma conta de meninos. E lembrou-se de uma instituição que já visitamos algumas vezes e fica pertinho de casa. Não sei se por delírio de imaginação ou porque assim é realmente, diz que os colegas moram na instituição que já visitamos algumas vezes.
Daí para a conversa do porque é que os pais não tomam bem conta das crianças, porque é que não tratam bem deles, porque é que a menina tem 8 anos e ainda anda no 1º ano, ao que acontece a estes meninos depois de crescerem, foi um instante.
Disse-lhe que não tinha as respostas todas. Que muitas vezes os pais não são maus, mas a vida não permite que consigam tratar dos filhos. Acabei por brincar e dizer-lhe que da última vez que lá fui sem ela, tive uma vontade imensa de trazer uma bebé comigo para casa.
 - Mas pode-se mãe? Podemos ir lá buscar uma criança para morar connosco?
Expliquei que não era assim tão simples. Que para a criança ficar connosco, teríamos que a adoptar.
 - O que é isso, mãe? Como assim adoptar? E como se faz? E quem decide se podemos ou não? E porque é que essas pessoas podem decidir?
Tantas perguntas... Explicar a uma criança de 7 anos, o que é a burocracia, porque decide a segurança social ser no melhor interesse das crianças, viverem longe dos pais, é dose.
 - Mãe, vamos voltar ao assunto da menina bebé que querias trazer contigo. Podemos lá ir vê-la? Acho que consigo convencer os senhores da segurança social que ela fica bem em nossa casa e que tu és uma boa mãe. Basta eles falarem comigo que percebem logo e não têm dúvidas. Não te preocupes que ainda temos o berço de quando eu era bebé e depois metemos outra cama no meu quarto e eu tomo conta dela.
 
Há uns anos (muitos) sempre disse que um dos meus projectos de vida passava por adoptar uma criança. Hoje tenho muito mais dúvidas. Não tenho a certeza que conseguisse amar outra criança, como amo a Maria (shame on me). Tenho essa mesma dúvida, se falarmos de um 2º filho biológico (que não faz parte dos nossos planos). Dizem que o amor se multiplica e não se divide. Eu gosto de acreditar que sim.
Tivesse eu mais certezas e era menina para voltar a sonhar...

30/03/16

um dia decides cortar radicalmente...

...o cabelo.
ontem foi o dia! Até a minha cabeleireira me perguntou se tinha a certeza.
Anos a deixar crescer o cabelo e agora dá-me para isto. Vá-se lá entender as mulheres :)

09/03/16

líder

Ontem, em mais uma conversa no carro, a caminho da piscina.
 - Sabes mamã, os miúdos dizem que eu sou mandona. Eu e a Marta...
 - E tu o que achas Maria?
 - Eles até têm razão que nós gostamos de mandar. Mas não somos mandonas! Temos é espírito de liderança!

08/03/16

a propósito do dia da mulher - o que nos une e o que nos separa

Ser mulher num mundo de homens é tramado. Termos que lutar para conquistar o nosso espaço. Não me venham com tretas. Sim, o mundo por cá ainda é extraordinariamente machista. Ainda que digam e jurem a pés juntos que não. É só olhar para o número de mulheres que ocupam cargos de poder. Olhar para o número de mulheres desempregadas. Olhar para o número de mulheres que recebem o salário mínimo. Olhar para o número de mulheres que têm trabalhados de responsabilidade equiparada com pares homens e recebem menos. E comparar esse número com o número de mulheres licenciadas.

A catraia cá de casa, vive na escola uma realidade muito masculina. São apenas 8 meninas numa turma com 24 ou 25 crianças. E a grande maioria dos rapazes tem um comportamento diferente do dela.
Desde o início do ano lectivo que quase todos os dias se queixa que algum (ou vários) rapazes lhe batem no recreio. Que a empurram. Que a arranham. Que não a deixam em paz.
Temos gerido, com calma e não valorizando demasiado, mas estando atentos. Não deixando de lhe dizer que tem que se defender, ainda que não acredite que a violência seja a solução. Ainda que ela própria acredite que nada se resolve a bater.
Há uns tempos pediu-me que fosse falar com a professora. Que não aguentava mais e que estava no limite da paciência. Fui. Disse-me que estava atenta. Confirmou que a vida daquelas meninas (sobretudo das mais tranquilas) era complicada com tantos rapazes juntos. Ela veio mais contente da escola. Achando que tudo mudaria.
Não mudou.
Ontem ao fim da tarde fui busca-la à escola. A caminho de casa disse-me que estava triste porque o G (de quem ela gosta muito) tinha voltado a bater-lhe. Que lhe tinha dado um pontapé. E que a professora tinha falado com ele na sala e ela tinha ficado ainda mais triste, porque quando questionado sobre o comportamento, tinha dito que não gostava dela. Engoli em seco e pensei em todas as vezes que o G brinca lá em casa com ela. Nas vezes em que nos encontramos no parque ao pé de casa para brincar. Nos jantares em que por acaso ou combinando, partilhamos no restaurante ao pé de casa. Nas caminhadas sem hora para terminar nas férias de Verão.
E percebi a tristeza dela. Percebi que mais do que a dor de levar o pontapé, lhe doeu ouvir alguém de quem gosta muito, dizer que não gostava dela.
Disse-lhe que o G pode escolher de quem gosta e nós não podemos obrigar os outros a gostar de nós. Mas que não podemos permitir que ninguém nos trate mal. Nunca. Disse-lhe também que nem sempre dizemos o que sentimos e que acreditava que o G gostava dela, gostava de estar com ela, de brincar com ela. E que ela sabe que (infelizmente) os rapazes da sala dela, brincam no recreio assim.
Estávamos a terminar de fazer os trabalhos de casa e o meu telemóvel tocou. Vi quem era e atendi. Uma voz pequenina de menino, disse-me olá e pediu-me para falar com a Maria. Disse-lhe que era o G que queria falar com ela. Atendeu. Ouvi-o pedir desculpa. Dizer que estava arrependido de lhe ter batido e de ter dito que não gostava dela. E repetir. Desculpa, Maria. Desculpa. Eu juro que não volto a fazer! Ela riu-se e disse-lhe: Eu desculpo-te G. Mas magoaste o meu coração... 

12/02/16

dos fins de dia bons

Conseguir sair a horas da empresa.
Ir buscá-la à escola de surpresa ao fim da tarde.
Irmos juntas comprar uma boneca que ela andava a namorar e dar-se o milagre da multiplicação (abençoadas promoções) e de 1 boneca, fazer 3.
Chegarmos a casa depois de muita conversa no carro e meter mini pizzas no forno. E jantarmos as duas no sofá a ver desenhos animados.
Brincarmos com as bonecas novas e contar-lhe a história de cada uma.
Adormecermos enroscadas.

11/02/16

um dia

Vais levar a tua filha à escola.
Chegas e o portão está fechado.Estranhas. Mas tocas à campainha.
És recebido com um sorriso e com as doces palavras "As aulas só começam amanhã!"
Ontem foi o dia.
Ups...