A Maria aprendeu uma palavra (palavrão) nova. Caralho. Sim. Sem tirar nem por. Como a aprendeu, não sei. Não somos santos mas não passamos o tempo todo a dizer asneirada. E a verdade é que ela a usa no momento certo.
De férias no Algarve, deu uma grande cabeçada num espelho retrovisor de um carro que estava (mal) parado e cima de um passeio. E pimba. "O c.... do carro está aqui mal parado e eu eu não!".
Tropeçou numa pedra da calçada que estava solta (o passeio estava em péssimo estado) e lá veio: "O c.... da pedra estava solta e eu caí".
Ontem ao final do dia e depois de uma longa abstinência, um autocarro decide improvisar uma paragem, piscas também é coisa que desconhecia o motorista e eu reclamei no carro (mea culpa!) que aquele gajo podia ter dado sinal, só isso, para eu saber que ia parar e tal... E ela, que levava o vidro aberto e com a mobilidade que a nova cadeira lhe dá, mete a cabeça meio de fora e grita: "Ó c... sai da frente".
Não, não é bonito (embora confesse que a mim me dá sempre vontade de rir, por ver aquela menina com caro de anjo, vociferar desta forma). Mas parece-me que ela nem sabe o que diz. De todas as vezes foi repreendida. Epergunto-lhe "O que disseste Maria?" E a resposta é sempre em tom angelical e admirado, um : "O que foi mamã?". Sem nenhum esgar de riso ou gozo (característica herdada do progenitor paterno, esta de ser uma gozona do pior!). Pois que não sei bem o que faça. Se lhe explico que aquela palavra é uma asneira e não se diz (e arrisco a que ela ache graça à coisa e seja um fartote) ou se ignoro e espero que isto passe. Se alguém tiver a resposta certa, esta mãe, que receia um destes dias passar uma grande vergonha, agradece.