E talvez por isso foi em ti avó que pensei assim que o despertador tocou. Passa o tempo, mas as recordações ficam para sempre. Assim como uma saudade já apaziguada que por vezes teima em doer. Não hoje. Sempre.
Lembro-me de te pedir que não pintasses o cabelo. Porque adoraria ter uma avó que apanhasse o cabelo branco e que e sentasse numa cadeira de baloiço. Deixaste de pintar. Mas o teu cabelo não era todo branco. Cadeira de baloiço também não havia. Mas havia a cadeira onde te sentavas. Ao sol. No quarto. E era no teu colo que adorava sentar-me. Mesmo tendo muitas outras cadeiras livres.
E hoje sei da sorte que é ter avós assim. E sei que a Maria um dia vai pensar como eu. Tenho a certeza. Porque passa os dias com a avó por quem tem uma paixão desmedida. Que enche a minha mãe de orgulho e alegria.
E para juntar à festa o meu pai faz anos. 26, diz ele. A Maria já começou ontem a ensaiar a cantoria :)
